Piometra é o nome popular das afecções uterinas causadas pelo crescimento excessivo do endométrio acompanhadas de infecção bacteriana. Essa patologia geralmente caracteriza-se pelo acúmulo de muco e/ou pus no interior do útero, provocando dor e outros sinais clínicos de acordo com a gravidade. 

Dependendo da casuística, a piometra pode ser  considerada uma afecção de alto risco, pois acúmulo de muco e/ou pus no interior do útero pode causar seu rompimento e aumentar a gravidade da doença podendo evoluir a óbito da paciente por septicemia (infecção generalizada).

A Piometra pode ser classificada em dois tipos:
Aberta: acontece quando a cérvix (colo do útero) está aberta e a secreção acumulada extravasa pelo canal vaginal.

Fechada: quando a cérvix está fechada, logo, o líquido fica todo preso no interior do útero. Esse tipo é geralmente mais grave, pois o acúmulo de líquido gera alto índice de toxinas das bactérias, o que aumenta a intoxicação do animal e favorece o aparecimento de septicemia (infecção generalizada).

A piometra acomete mais comumente cadelas intactas do que as gatas e algumas raças podem ser predispostas, como golden retriever, chow chow e são bernardo.

Essa patologia ocorre sob influência da combinação dos hormônios femininos, estrógeno e progesterona, associados à presença de bactérias, mas muitas vezes, a infecção também tem participação de bactérias de origem urinária e/ou fecal.

A doença ocorre poucas semanas após o estro (cio), posterior à aplicação de injeções com a finalidade de evitar gestação após acasalamentos indesejáveis ou administração exógena de estrogênio ou progestinas.

Os principais sintomas são falta de apetite, dor e aumento do volume abdominal, apatia, febre, aumento no consumo de água, excesso de xixi e secreção na vulva (no caso da piometra aberta).

O diagnóstico geralmente se dá com a avaliação clínica da paciente e realização de exames complementares, enquanto o tratamento pode variar de acordo com o estado geral da paciente, sendo a cirurgia o mais recomendado. 

A cirurgia da piometra consiste na retirada do útero e ovários, assim como uma castração, porém com um risco aumentado, devido à frágil condição de saúde da paciente e a possibilidade ruptura do útero durante o procedimento. 

Como prevenção, o mais indicado é a castração eletiva.

OBSERVAÇÃO: Não se deve utilizar medicação hormonal (anticoncepcionais) para cadelas não castradas por aumentar as chances do desenvolvimento da piometra e outras patologias.